
Com a taxa acima de 13% da população adulta portuguesa já diagnosticada com Diabetes de tipo 2, todos os dias consulto pelo menos 2 ou 3 pessoas com Pre-Diabetes. E o que observo é que na maioria dos casos não sabem como a Ciência evoluiu, ainda mantêm certas crenças antigas que não lhes ajudam a mudar os seus comportamentos e a livrar-se desta doença.
Neste artigo descrevo o que a ciência atual nos têm demonstrado sobre esta doença.
1. 🧬A Diabetes é uma doença hereditária, não tenho como fugir
Pode sim afastar a Diabetes, mesmo tendo familiares em primeiro grau com Diabetes de tipo 2.
Ouviu falar da Epigenética? Esta ciência significa, conforme o próprio nome diz, encima da genética, é relativamente nova, estuda a expressão e modulação génica, i. e. a manifestação da informação escrita nos seus genes na vida real.
A Epigenética demonstrou que o comportamento humano e uma série de fatores internos e externos vão determinar a expressão génica ao longa da vida de uma pessoa em cerca de 80 a 90% dos casos. A genética só determina até 20% no máximo das doenças que vai desenvolver. O que significa é que, segundo os conhecimentos atuais, mais de 80% das doenças, inclusive a Diabetes, podem ser evitadas. Através dos nossos comportamentos e das escolhas que fazemos no dia a dia no estilo de vida somos capazes de modular, seja ativar ou desativas os nossos genes. Os fatores mais estudados que demostraram este efeito foi a alimentação, nomeadamente à base de plantas integrais, e o exercício físico.
2. 🧁A Diabetes só acontece a quem come doces
Claro que não é para comer açúcar a colher, pois o que estimula o pâncreas para produzir a insulina é o açúcar, principalmente o açúcar refinado acrescentado ou dos produtos processados. Contudo, observamos ainda muitas pessoas que não têm esse hábito e chegam a ter Diabetes. Porque?
Porque a insulina ainda é necessária no metabolismo de algumas proteínas, as quais se comemos em excesso acabam por aumentar os níveis de insulina e também, muito importante, existe uma resistência à insulina.
A gordura em excesso do seu corpo é a principal causa que leva à resistência insulínica e seus níveis aumentados no sangue. Esses níveis altos de insulina, sabemos hoje, que são bastante destrutivos e colocam a nossa saúde e a vida em risco.
Antes de os níveis de açúcar permanecerem altos e ser diagnosticada a Diabetes, os níveis de insulina estiveram altos durante vários anos, pela demanda alta que o seu corpo pediu para o pâncreas produzir porque precisou. O seu corpo é muito inteligente e esforça-se muito para se adaptar e para compensar as asneiras que fazemos. Esses níveis altos de insulina, sabemos hoje, são bastante destrutivos e colocam a nossa saúde e a vida em risco. Esse facto foi observado pela primeira vez num estudo grande onde começaram a tratar as pessoas com doses altas de insulina na tentativa de atingir o controlo ideal à custa do aumento da insulina e viram que as pessoas começaram a morrer mais das complicações cardiovasculares do que as outras que faziam doses não tão altas mantendo as médias da glicemia perto do desejado. Reparem, isto não é para dizer que não devemos tender para reverter os níveis de açúcar no sangue, a questão é como o fazemos, viu-se que não deve ser através do aumento da insulina a administrar como tratamento mas sim intervindo na alimentação e estilo de vida para reduzir a resistência insulínica.
3. 💊A medicação anti-diabética moderna trata a diabetes
Será? Vamos ver como os medicamentos atuam. Os medicamentos que se usam para o tratamento de todas as doenças crónicas, inclusive da Diabetes, atuam num elo ou num ponto para bloquear a cascata do processo da doença toda.
É assim que se inventam os medicamentos, estuda-se o mecanismo patológico de desenvolvimento da doença, com o objetivo de intervir num certo ponto para bloquear ou retardar todo o processo, com outras palavras, é para enganar o corpo. Nenhum medicamento vai à causa verdadeira da doença para a curar definitivamente.
No tratamento da diabetes, em específico, usam-se diversas classes de medicamentos, alguns clássicos como a Metformina que, para além de ser o antidiabético oral mais antigo e mais estudado, também é o mais suave e inteligente na sua ação e ainda os cientistas têm vindo a descobrir umas reações desconhecidas ao longo do tempo.
Depois vieram a descobrir outras classes de medicamentos, uns para atuarem diretamente sobre as células beta produtoras de insulina no pâncreas para forçar o pâncreas a produzir mais insulina até esgotar as suas capacidades de reserva. Outra classe, cujo representante foi a Acarbose, intervinha na absorção dos açúcares do intestino. E como as pessoas não são educadas para reduzir o consumo dos hidratos de carbono, aquele medicamento começou a causar muita intolerância e não se tem mantido muito tempo em uso, ainda se usa mas é raro.
Mais tarde tem vindo a desenvolverem outras classes de medicamentos que atuam noutros pontos da fisiopatologia da diabetes. Nenhum deles vai à raiz do problema nem dá saúde.
Como já referi no ponto anterior, aumentando as doses de insulina, se não formos intervir nos mecanismos de insulinorresistência, também traz riscos e não é a solução mais segura e eficaz.
E os efeitos indesejáveis dos fármacos? Ainda não falo aqui disso.
Se a diabetes é uma doença comportamental e multifatorial, só as mudanças significativas no estilo de vida poderão mudar o rumo da doença.
4. 💊Se cumprir a medicação certa consigo controlar a diabetes e evitar as complicações da doença.
Lembra-se do que disse há pouco sobre o mecanismo de ação dos medicamentos?
Agora pense comigo. Se os fármacos que atuam apenas num certo ponto da fisiopatologia da doença, enganando temporariamente o organismo, não conseguem mudar o rumo natural da doença, como é que vão impedir as complicações decorrentes daí? Mesmo que trave o mecanismo nalgum ponto de engrenagem, não será por muito tempo se a causa persistir. A inflamação generalizada caraterística da Diabetes continua, por conseguinte, o alto risco cardiovascular e de outras complicações mantém-se.
5. 🚨Para prevenir e tratar a Diabetes deve-se fazer refeições de 3/3 horas, inclusive ao deitar.
Essa ideia, outrora até transmitida por alguns profissionais de saúde, médicos e nutricionistas, já caiu abaixo. A ciência já explicou claramente que o sistema digestivo e os órgãos vitais como o pâncreas e o fígado precisam de períodos de 4 a 5 horas para concluírem todas as fases da digestão completa e de pausas para regenerar e recuperar as suas enzimas. O que esperar de uma estimulação permanente desses órgãos? Já viu o que acontece com um aparelho do qual faz uso abusivo sem pausas?
🚨 Mais Diabetes!
Há provas científicas que mostram que esses hábitos, na realidade, só contribuem para ter mais diabetes.
❌Comer mais de 3 refeições por dia
❌Petiscar entre as refeições
❌Tomar uma ceia antes de ir para a cama
6. É preciso controlar sempre as porções de alimentos e contar as calorias para controlar os níveis de açúcar no sangue e para manter o peso.
Você já experimentou como é viver numa angústia de preocupação constante com o controlo das porções dos alimentos que lhe trazem prazer? Acha sustentável viver aprisionado assim toda a vida?
Tenho uma boa notícia para si! Pode viver livre dessa prisão!
Aprenda como substituir os alimentos pela comida de verdade que não requer essas dores de cabeça. Quase todos os vegetais integrais "in natura", para além de serem fáceis de preparar, são cheios de sabores e nutrientes que trazem saúde. Pois não há melhor laboratório do que a Natureza.
As suas papilas gustativas da língua renovam-se constantemente e você pode sempre reeducá-las para novos sabores. Cada um de nós é capaz de mudar os seus hábitos alimentares e sentir-se satisfeito, se o fizer de forma consciente, com ciência e sabedoria.
7. Não se desenvolve Diabetes se tiver o peso considerado normal, i.e. Índice de Massa Corporal (IMC) abaixo de 25.
Sem dúvida, o excesso de peso está relacionado com a Diabetes, sendo que 90% dos diabéticos têm excesso de peso ou obesidade. Para classificar o excesso de peso tem sido usado o IMC, pois tinha que se encontrar um instrumento de medição. No entanto, a prática clínica mostrou que ainda há muitas pessoas com IMC dentro desses limites que tem insulinorresistência e desenvolve a Diabetes.
Os estudos científicos explicam que nem todas a gente suporta a gordura com o IMC acima de 23, nem todos nos encaixamos confortável nesses padrões generalizados. Existe um limiar de tolerância individual a partir do qual certos indivíduos já ficam com insulinorresistência. O que quer dizer que até uns 4 ou 5 kg de gordura corporal (inclui a gordura visceral do fígado) para muitos fazem diferença significativa. O Dr. Roy Taylor, professor de Medicina e Metabolismo da Universidade de Newcastle que dedicou muitos anos a estudos práticos sobre a Diabetes, na sua investigação chamou essa caraterística individual de Limite Pessoal de Gordura acima do qual podemos desenvolver Diabetes de tipo 2. Realça a importância da gordura visceral.
8. Basta ter uma alimentação adequada e atividade física moderada para garantir que não vou ter Diabetes
Esta afirmação, atualmente é uma meia verdade. Está tudo certo com a importância da alimentação e da atividade física, são os comportamentos de estilo de vida que já demonstraram serem moduladores significativos da expressão génica.
No entanto, não são os únicos fatores determinantes. Há cada vez mais provas sobre o papel do stress e do sono. Surgem ainda evidências sobre a relação da Diabetes com o défice da vitamina D (vitamina do sol) e o efeito de certos tóxicos ambientais.
Essas evidências mostram a importância da abordagem holística desta patologia se queremos revertê-la.
Agende aqui, uma Consulta Médica comigo para avaliar o seu caso particular e construir o plano para VIVER LIVRE DA DIABETES

Bem vindo ao meu blog…
Sou Dora Tropotel, médica há mais de 20 anos e Especialista em Medicina Geral e Familiar, tenho como missão transformar a vida das pessoas, restabelecendo o equilíbrio nos quatro pilares da saúde: física, mental, emocional e espiritual.
Sei que só através das mudanças impactantes no estilo de vida, com foco na saúde e não na doença, será possível prevenir e até reverter muitas das patologias “modernas”, desde a obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares até às doenças inflamatórias e autoimunes.

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